(Tomás de Kempis - "A Imitação da Bem-Aventurada Virgem Maria")
I. Por que se deve imitar Maria.
1. Muitas moças, diz o autor da Sabedoria, ajuntaram tesouros, mas vós, ó Maria, vós as superais incomparavelmente em riquezas. Filhos, sejam fiéis imitadores de Jesus, sobre a terra, e imitadores perfeitos de Maria.
2. É muito importante, importante para sua salvação, para a honra de Jesus e a glória de Maria, que vocês sejam sempre devotos em suas orações, sóbrios em suas palavras, reservados em seus olhares, enfim, escrupulosamente disciplinados em suas obras.
II. Quais são as virtudes a imitar em Maria.
3. Vocês querem louvar dignamente Maria, querem louvá-la com toda a magnificência? Sejam simples, como os simples filhos de Deus, sem falsidades, sem vontade própria, sem crítica, sem murmúrio e sem nenhuma desconfiança. Suportem todas as coisas contrárias, com caridade, com grande paciência e grande humildade.
4. Por Jesus, por Maria, a fim de imitar os santos, queiram desde já, queiram e sejam vocês mesmos santos. A quem sabe oferecer a vida à divina Trindade, tudo o que é amargo neste mundo parece doce, e tudo o que parece pesado se torna leve. Esse é o fruto da lembrança de Maria e de Jesus.
III. Oração do devoto imitador de Maria.
5. Maria, ó doce Mãe do meu Jesus, eu vos peço: dignai-vos abrir a este vosso pobre servo vossa compaixão toda materna e vossa caridade plena de doçura. Derramai em meu coração uma gota de vossa ternura, para que eu possa vos amar com um coração puro, a vós, ó Mãe, a mais doce de todas as mães, para que possa vos imitar e imitar Jesus.
6. Ouvi-me, ó Mãe. Ouvi-me, ó Maria. Ajoelhado vos digo: Ave Maria!
O céu se alegra e a terra sorri quando o coração diz: Ave, Maria!
O mundo parece pequeno e a carne treme quando o coração diz: Ave, Maria!
Foge a tristeza, sorri a alegria, quando o coração diz: Ave, Maria!
Brota a esperança, cresce o consolo, quando o coração diz: Ave, Maria!
Toda a alma revive e o amor se enternece, quando o coração diz: Ave, Maria!
7. Tamanha é a doçura dessa oração, que não poderia ser traduzida vocalmente. Assim, mais uma vez, dobro os joelhos diante de vós, ó Maria, ó Virgem, ó Mãe repleta de ternura, e vos digo e repito com reverência e devoção: Ave, Maria! Ave! Recebei esta piedosa saudação e, com ela, recebei-me também, ó Mãe, no aconchego de vosso colo!
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