IV. O JEJUM

A Imaculada - Antônio Carnicero Mancio

Muitos são os devotos de Maria que, nos sábados, ou nas vigílias de suas festas, lhe oferecem o jejum. Como se sabe, a Santa Igreja consagrou à Virgem o sábado, porque nesse dia ela se conservou firme na Fé, depois da morte de seu Filho, diz um venerável escritor nas obras de S. Bernardo. Não deixam, por isso, os servos de Maria de oferecer-lhe nesse dia algum obséquio particular, especialmente o jejum (ou outra qualquer mortificação). S. Carlos Borromeu, o Cardeal Toledo, e tantos outros nos deixaram exemplos neste ponto. Nitardo, Bispo de Bamberg, e Arriaga, da Companhia de Jesus, até se abstinham de qualquer alimento aos sábados. Auriema fala das grandes mercês obtidas por Maria aos que praticam essa devoção. 


Não deve parecer difícil esse jejum do sábado àqueles que se dizem especialmente filhos de Maria, e que têm consciência de ter merecido o inferno. Afirmo que quem pratica esta devoção dificilmente se há de condenar. Pois é fácil para Maria obter-lhe a perseverança na graça de Deus e uma morte bem-aventurada. Todos os irmãos de nossa pequena Congregação, que podem fazê-lo, observam ao sábado esse jejum, em honra de Maria. Mas se alguém não o pode fazer por falta de saúde, ao menos faça qualquer outro sacrifício de algum coisa que lhe agrade.

Finalmente, se pode mostrar aos sábados especial amor a Nossa Senhora, por meio de algum exercício de piedade, como fazendo a comunhão, ouvindo Missa, visitando alguma imagem da Virgem, trazendo o cilício, etc. E ao menos nas vigílias das sete festas de Maria, procurem seus devotos oferecer-lhe esse jejum ou outra abstinência conforme lhes for possível.

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