"Tendo recebido do próprio Céu uma mensagem de uma importância evidentemente profunda para a Igreja e para toda a humanidade, Lúcia bem sabia que tanto ela como os primitos precisariam de uma credencial divina para serem acreditados. Durante a Aparição de 13 de Julho, Lúcia - a futura Irmã Lúcia - dirigiu-se à Senhora: «- Queria pedir-Lhe para nos dizer Quem é; para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece.» E a Senhora respondeu: «Continuem a vir aqui, todos os meses. Em Outubro direi Quem sou, o que quero, e farei um milagre que todos hão-de ver para acreditar.» A Senhora repetiu esta promessa em aparições posteriores à Lúcia e aos outros videntes (em 19 de Agosto e, de novo na Cova da Iria, em 13 de Setembro).
E foi assim que uma grande multidão de pessoas se reuniu na Cova da Iria a 13 de Outubro. E, precisamente na hora vaticinada em Julho - às 12h., meio-dia solar; e às 13h30 pelo relógio em Portugal -, algo de espantoso começa. Inesperadamente - porque uma chuva torrencial enchera de lama a Cova da Iria -, a Lúcia diz à multidão para as pessoas fecharem os guarda-chuvas. Então ela fica num êxtase, e a Senhora, aparecendo de novo, diz-lhe primeiro Quem é e o que quer, tal como tinha prometido: «Quero dizerte que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário.» A Senhora é a Mãe de Deus, a Santíssima Virgem Maria, que desde então será conhecida também sob o título de Nossa Senhora de Fátima, um dos muitos conferidos pela Igreja à Santíssima Virgem. A capela, evidentemente, foi construída; tal como foi construída outra vez depois de, em 6 de Março de 1922, ter sido arrasada por uma bomba, aí colocada pelos amigos do “latoeiro” - alcunha do autarca maçónico do município de Ourém.
E nessa altura o Milagre começou. Recontamos aqui o depoimento de um jornalista que não pode, definitivamente, ser acusado de parcialidade neste assunto - e por um bom motivo! Referimo-nos ao Senhor Avelino de Almeida, editor-chefe de O Século, o grande jornal diário, “liberal”, anticlerical e maçônico de Lisboa. Escrevia ele:
(…) Do cimo da estrada onde se aglomeram os carros e se conservam muitas centenas de pessoas, a quem escasseou valor para se meterem à
terra barrenta, vê-se toda a imensa multidão voltar-se para o sol, que
se mostra liberto de nuvens, no zénite. O astro lembra uma placa de
prata fosca e é possível fitar-lhe o disco sem o mínimo esforço. Não
queima, não cega. Dir-se-ia estar-se realizando um eclipse. Mas eis
que um alarido colossal se levanta, e aos espectadores que se encontram
mais perto se ouve gritar: - Milagre, milagre! Maravilha, maravilha! Aos
olhos deslumbrados daquele povo, cuja atitude nos transporta aos tempos
bíblicos e que, pálido de assombro, com a cabeça descoberta, encara o
azul, o sol tremeu, o sol teve nunca vistos movimentos bruscos, fora de
todas as leis cósmicas, - o sol bailou, segundo a típica expressão
dos camponeses (…).
Atacado com violência por toda a imprensa anticlerical, o Senhor Avelino de Almeida renovava o mesmo testemunho, quinze dias depois, na sua revista Ilustração Portuguesa. Dessa vez ilustrava o seu reconto com uma dúzia de fotos da grande multidão extática, e ia repetindo, como um refrão, do princípio ao fim do seu artigo:
«Vi... Vi...Vi.» E concluía, como que ao acaso: «Milagre, como gritava o povo; fenómeno natural, como dizem sábios? Não curo agora de sabê-lo, mas apenas de te afirmar o que vi ... O resto é com a Ciência e com a Igreja (…)»
Naquele Sábado, 13 de Outubro, começa um caminho de penitência para os peregrinos, porque tinha chovido toda a noite anterior - «sem que os importunasse, os demovesse, os desesperasse, a mudança quase repentina do tempo, quando as bátegas de água transformaram as estradas poeirentas em fundos lamaçais e às doçuras do Outono sucederam por um dia, os aspérrimos rigores do Inverno (…)»
Ao fazer uma comparação dos numerosos depoimentos das testemunhas, podemos distinguir os aspectos diversos e o resultado dos fenômenos surpreendentes visto por todos. Para cada um dos fenômenos, seria possível escrever umas dez páginas de testemunhos que, por si só, constituiriam um livro impressionante.
Aqui está o primeiro facto maravilhoso descrito pelo Senhor Dr. Almeida Garrett:
Devia ser uma e meia (treze e trinta) quando se ergueu, no local preciso onde estavam as crianças, uma coluna de fumo, delgada, tênue e azulada, que subiu direita até dois metros, talvez, acima das cabeças para nesta altura se esvair. Durou este fenômeno, perfeitamente visível a olho nú, alguns segundos. Não tendo marcado o tempo da duração, não posso afirmar se foi mais ou menos de um minuto. Dissipou-se bruscamente o fumo e passado algum tempo voltou a repetir-se o fenómeno uma segunda e uma terceira vez (…). Enquanto «O céu baço e pesado tinha uma cor pardacenta prenhe de água, prenúncio de chuva abundante e de longa duração», durante o tempo da aparição, a chuva parou totalmente. Abruptamente, o céu clareou: «O sol momentos antes tinha rompido ovante a densa camada de nuvens que o tiveram escondido, para brilhar clara e intensamente.» (Dr. Almeida Garrett) Esta abrupta mudança de tempo apanhou a gente de surpresa: «Era um dia de chuva miudinha e incessante, mas minutos antes do Milagre, deixou de chover.» (Alfredo da Silva Santos)
E este testemunho de um médico, de um homem de ciência, quanto ao inexplicável prateado do sol que lhe permitia ser visto directamente, sem qualquer dano para os olhos:
(…) Ouvi o bruhahá de milhares de vozes e vi aquela multidão espraiada pelo largo campo que se estendia a meus pés (…) voltar as costas ao ponto para o qual até então convergiram os desejos e ânsias, e olhar o céu do lado oposto (…) Voltei-me para este íman que atraía todos os olhares e pude vê-lo semelhante a um disco de bordo nítido, de aresta viva, luminosa e luzente, mas sem magoar (…) [que] se não confundia com o sol encarado através do nevoeiro (que aliás não havia àquele tempo), porque não era opaco, difuso e velado. Em Fátima tinha luz e calor e desenhava-se nítido e com a borda cortada em aresta, como uma tábua de jogo. Maravilhoso é que, durante longo tempo, se pudesse fixar o astro, labareda de luz e brasa de calor, sem uma dor nos olhos e sem um deslumbramento na retina (Dr. Almeida Garrett)
Da mesma veia, este testemunho pelo editor chefe de O Século:
E assiste-se então a um espectáculo único e inacreditável para quem não foi testemunha dele. Do cimo da estrada (…) vê-se toda a imensa multidão voltar-se para o sol que se mostra liberto de nuvens no Zénite. O astro lembra uma placa de prata fosca e é possível fitar-lhe o disco sem o mínimo esforço. Não queima, não cega. Dir-se-ia estar-se realizando um eclipse. (Artigo de 15 de Outubro de 1917)
E, do mesmo modo, outros afirmavam: «A gente podia olhar para o sol tal qual como faz à lua» (Maria do Carmo)
Poder-se-iam multiplicar sem fim os testemunhos sobre o seguinte fenómeno solar - visível até mesmo pelo editor-chefe leigo de um jornal anticlerical. Vejam-se ainda alguns outros:
«Tremia, tremia tanto; parecia uma roda de fogo» (Maria da Capelinha)
«(…) ele [o Sol] desandava como uma roda de fogo, tornava tudo das cores do Arcoíris (…)» (Maria do Carmo)
.
«Era como um globo de neve a rodar sobre si mesmo» (Padre Lourenço)
«Este disco tinha a vertigem do movimento. Não era a cintilação de um astro em plena vida. Girava sobre si mesmo numa velocidade arrebatada.» (Dr. Almeida Garrett)
«A certa altura, o sol parou e depois começou a dançar, a bailar; parou outra vez e outra vez começou a dançar» (Ti Marto)
«(…) vi o sol a desandar como uma roda de fogo, tornando aquela multidão das cores do Arco-íris. Até a própria terra ficou como as pessoas!» (Maria do Carmo)
«Uma luz, cujas cores mudaram dum momento para o outro, reflectiu-se nas pessoas e nas coisas» (Dr. Pereira Gens)
O que aconteceu depois constitui o aspecto mais estarrecedor do Milagre, e com implicações profundas para a nossa era em que a humanidade tem aperfeiçoado a capacidade de destruir o Mundo inteiro com fogo vindo do céu: o Sol pareceu desprender-se do céu e lançar-se sobre a terra. «De repente ouve-se um clamor, como que um grito de angústia de todo aquele povo. O sol, conservando a celeridade da sua rotação, destaca-se do firmamento e sanguíneo avança sobre a terra, ameaçando esmagar-nos com o peso da sua ígnea e ingente mó. São segundos de impressão terrífica.» (Dr. Almeida Garrett)
«Vi o sol a rolar e parecia que estava a descer. Era como uma roda de bicicleta.» (João Carreira)
«O sol começou a bailar e a certa altura pareceu deslocar-se do firmamento e, em rodas de fogo, precipitar-se sobre nós. (Alfredo da Silva Santos )
«Vi-o, perfeitamente, descer. Parecia que se despegava do Céu, correndo para nós. E a pequena altura das nossas cabeças se manteve por algum tempo. Mas foi de muito curta duração este arremesso que fez. (…) Parecia que estava muito perto das pessoas, mas voltava logo para trás.» (Maria do Carmo)
«(…) Imediatamente aparece o sol com a circunferência bem definida. Aproxima-se como a altura das nuvens e começa girando sobre si mesmo vertiginosamente como uma roda de fogo preso, com algumas intermitências, durante mais de oito minutos.» (Padre Pereira da Silva)
«(…) De repente, pareceu que baixava em zig-zag, ameaçando cair sobre a terra.» (Padre Lourenço)
«(…) vi o sol a rodar a grande velocidade e muito perto de mim (…)» (Padre João Gomes Menitra)
«Por fim, o sol parou e todos deram um suspiro de alívio.» (Maria da Capelinha)
«Dessas centenas de bocas ouvi brados de fé e amor à Santíssima Virgem. E então acreditei. Tinha a certeza de não ter sido vítima de sugestão. Vi aquele sol como nunca mais o tornei a ver.» (Mário Godinho, Engenheiro)
Outro facto surpreendente: toda essa gente, que na sua grande maioria tinha ficado molhada até aos ossos, verificou com alegria e assombro que estava seca. O facto é testemunhado no processo canónico dos pastorinhos Jacinta e Francisco, beatificados a 13 de Maio de 2000.
Atacado com violência por toda a imprensa anticlerical, o Senhor Avelino de Almeida renovava o mesmo testemunho, quinze dias depois, na sua revista Ilustração Portuguesa. Dessa vez ilustrava o seu reconto com uma dúzia de fotos da grande multidão extática, e ia repetindo, como um refrão, do princípio ao fim do seu artigo:
«Vi... Vi...Vi.» E concluía, como que ao acaso: «Milagre, como gritava o povo; fenómeno natural, como dizem sábios? Não curo agora de sabê-lo, mas apenas de te afirmar o que vi ... O resto é com a Ciência e com a Igreja (…)»
Naquele Sábado, 13 de Outubro, começa um caminho de penitência para os peregrinos, porque tinha chovido toda a noite anterior - «sem que os importunasse, os demovesse, os desesperasse, a mudança quase repentina do tempo, quando as bátegas de água transformaram as estradas poeirentas em fundos lamaçais e às doçuras do Outono sucederam por um dia, os aspérrimos rigores do Inverno (…)»
Ao fazer uma comparação dos numerosos depoimentos das testemunhas, podemos distinguir os aspectos diversos e o resultado dos fenômenos surpreendentes visto por todos. Para cada um dos fenômenos, seria possível escrever umas dez páginas de testemunhos que, por si só, constituiriam um livro impressionante.
Aqui está o primeiro facto maravilhoso descrito pelo Senhor Dr. Almeida Garrett:
Devia ser uma e meia (treze e trinta) quando se ergueu, no local preciso onde estavam as crianças, uma coluna de fumo, delgada, tênue e azulada, que subiu direita até dois metros, talvez, acima das cabeças para nesta altura se esvair. Durou este fenômeno, perfeitamente visível a olho nú, alguns segundos. Não tendo marcado o tempo da duração, não posso afirmar se foi mais ou menos de um minuto. Dissipou-se bruscamente o fumo e passado algum tempo voltou a repetir-se o fenómeno uma segunda e uma terceira vez (…). Enquanto «O céu baço e pesado tinha uma cor pardacenta prenhe de água, prenúncio de chuva abundante e de longa duração», durante o tempo da aparição, a chuva parou totalmente. Abruptamente, o céu clareou: «O sol momentos antes tinha rompido ovante a densa camada de nuvens que o tiveram escondido, para brilhar clara e intensamente.» (Dr. Almeida Garrett) Esta abrupta mudança de tempo apanhou a gente de surpresa: «Era um dia de chuva miudinha e incessante, mas minutos antes do Milagre, deixou de chover.» (Alfredo da Silva Santos)
E este testemunho de um médico, de um homem de ciência, quanto ao inexplicável prateado do sol que lhe permitia ser visto directamente, sem qualquer dano para os olhos:
(…) Ouvi o bruhahá de milhares de vozes e vi aquela multidão espraiada pelo largo campo que se estendia a meus pés (…) voltar as costas ao ponto para o qual até então convergiram os desejos e ânsias, e olhar o céu do lado oposto (…) Voltei-me para este íman que atraía todos os olhares e pude vê-lo semelhante a um disco de bordo nítido, de aresta viva, luminosa e luzente, mas sem magoar (…) [que] se não confundia com o sol encarado através do nevoeiro (que aliás não havia àquele tempo), porque não era opaco, difuso e velado. Em Fátima tinha luz e calor e desenhava-se nítido e com a borda cortada em aresta, como uma tábua de jogo. Maravilhoso é que, durante longo tempo, se pudesse fixar o astro, labareda de luz e brasa de calor, sem uma dor nos olhos e sem um deslumbramento na retina (Dr. Almeida Garrett)
Da mesma veia, este testemunho pelo editor chefe de O Século:
E assiste-se então a um espectáculo único e inacreditável para quem não foi testemunha dele. Do cimo da estrada (…) vê-se toda a imensa multidão voltar-se para o sol que se mostra liberto de nuvens no Zénite. O astro lembra uma placa de prata fosca e é possível fitar-lhe o disco sem o mínimo esforço. Não queima, não cega. Dir-se-ia estar-se realizando um eclipse. (Artigo de 15 de Outubro de 1917)
E, do mesmo modo, outros afirmavam: «A gente podia olhar para o sol tal qual como faz à lua» (Maria do Carmo)
Poder-se-iam multiplicar sem fim os testemunhos sobre o seguinte fenómeno solar - visível até mesmo pelo editor-chefe leigo de um jornal anticlerical. Vejam-se ainda alguns outros:
«Tremia, tremia tanto; parecia uma roda de fogo» (Maria da Capelinha)
«(…) ele [o Sol] desandava como uma roda de fogo, tornava tudo das cores do Arcoíris (…)» (Maria do Carmo)
.
«Era como um globo de neve a rodar sobre si mesmo» (Padre Lourenço)
«Este disco tinha a vertigem do movimento. Não era a cintilação de um astro em plena vida. Girava sobre si mesmo numa velocidade arrebatada.» (Dr. Almeida Garrett)
«A certa altura, o sol parou e depois começou a dançar, a bailar; parou outra vez e outra vez começou a dançar» (Ti Marto)
«(…) vi o sol a desandar como uma roda de fogo, tornando aquela multidão das cores do Arco-íris. Até a própria terra ficou como as pessoas!» (Maria do Carmo)
«Uma luz, cujas cores mudaram dum momento para o outro, reflectiu-se nas pessoas e nas coisas» (Dr. Pereira Gens)
O que aconteceu depois constitui o aspecto mais estarrecedor do Milagre, e com implicações profundas para a nossa era em que a humanidade tem aperfeiçoado a capacidade de destruir o Mundo inteiro com fogo vindo do céu: o Sol pareceu desprender-se do céu e lançar-se sobre a terra. «De repente ouve-se um clamor, como que um grito de angústia de todo aquele povo. O sol, conservando a celeridade da sua rotação, destaca-se do firmamento e sanguíneo avança sobre a terra, ameaçando esmagar-nos com o peso da sua ígnea e ingente mó. São segundos de impressão terrífica.» (Dr. Almeida Garrett)
«Vi o sol a rolar e parecia que estava a descer. Era como uma roda de bicicleta.» (João Carreira)
«O sol começou a bailar e a certa altura pareceu deslocar-se do firmamento e, em rodas de fogo, precipitar-se sobre nós. (Alfredo da Silva Santos )
«Vi-o, perfeitamente, descer. Parecia que se despegava do Céu, correndo para nós. E a pequena altura das nossas cabeças se manteve por algum tempo. Mas foi de muito curta duração este arremesso que fez. (…) Parecia que estava muito perto das pessoas, mas voltava logo para trás.» (Maria do Carmo)
«(…) Imediatamente aparece o sol com a circunferência bem definida. Aproxima-se como a altura das nuvens e começa girando sobre si mesmo vertiginosamente como uma roda de fogo preso, com algumas intermitências, durante mais de oito minutos.» (Padre Pereira da Silva)
«(…) De repente, pareceu que baixava em zig-zag, ameaçando cair sobre a terra.» (Padre Lourenço)
«(…) vi o sol a rodar a grande velocidade e muito perto de mim (…)» (Padre João Gomes Menitra)
«Por fim, o sol parou e todos deram um suspiro de alívio.» (Maria da Capelinha)
«Dessas centenas de bocas ouvi brados de fé e amor à Santíssima Virgem. E então acreditei. Tinha a certeza de não ter sido vítima de sugestão. Vi aquele sol como nunca mais o tornei a ver.» (Mário Godinho, Engenheiro)
Outro facto surpreendente: toda essa gente, que na sua grande maioria tinha ficado molhada até aos ossos, verificou com alegria e assombro que estava seca. O facto é testemunhado no processo canónico dos pastorinhos Jacinta e Francisco, beatificados a 13 de Maio de 2000.
«Quando menos esperávamos, demos com a farpela enxutinha!» (Maria do Carmo)
«Foi um rápido enquanto o fato se enxugou.» (João Carreira)
O académico Marques da Cruz testemunhou o seguinte:
A imensa multidão, como é fácil de compreender, sentia-se molhada, pois que a chuva, desde madrugada até aquela hora, foi incessante. Passado o milagre, porém, (embora pareça inacreditável) todos se sentiram bem, com a roupa enxuta, o que lhes causou grande admiração. Dezenas e dezenas de pessoas, com quem privámos desde menino, de absoluta probidade, ainda vivas, e indivíduos de várias províncias que lá estiveram, nos asseveraram isto com a máxima franqueza e sinceridade31. Precisamente num certo aspecto, este é o efeito mais surpreendente do milagre e a sua melhor prova: é que a quantidade de energia necessária para efectuar este processo de secagem de um modo natural e tão rápido teria reduzido a cinzas todos os presentes. Como este aspecto do milagre contradiz radicalmente as leis da natureza, um demónio nunca o poderia ter realizado.
E finalmente, houve também milagres morais: a conversão de muita gente. No seu livro, Encontro de Testemunhas, John Haffert escreve:
O comandante do destacamento postado na serra naquele dia, com ordens de evitar o ajuntamento do povo, foi instantaneamente convertido. Aparentemente, também se converteram centos de outros descrentes, de cujo testemunho este livro dá uma amostra (…) Havia lá um descrente que tinha passado a manhã a troçar dos simplórios que iam a Fátima ver uma rapariga qualquer. Agora parecia paralisado, com os olhos fixos no sol. Então começou a tremer dos pés à cabeça e, erguendo os braços, caiu de joelhos na lama, invocando a Deus.» (Padre Lourenço)
Residia a 25 quilómetros de Fátima. E em Maio de 1917 falaram-me acerca das aparições extraordinárias; mas a notícia chegou-nos de mistura com a fantasia do povo. Naturalmente não acreditámos. Eu sinceramente supus que era obra da imaginação de alguém. (…) A pedido de minha mãe voltei à Cova da Iria em Agosto, à hora das aparições, mas mais uma vez voltei a casa desanimado e desapontado. Mas dessa vez alguma coisa de extraordinário acontecera. Minha mãe que tinha, havia muitos anos, um grande tumor num dos olhos, voltou curada. Os médicos que a tinham tratado diziam não poderem explicar uma tal cura. Todavia, eu não acreditava nas aparições. Finalmente, e mais uma vez a pedido de minha mãe, voltei à Cova da Iria no dia 13 de Outubro. (…) A despeito do que tinha acontecido a minha mãe, continuei desapontado, sem acreditar nas aparições. Novamente fiquei dentro do carro (…) Então, de repente, reparei que toda a gente olhava para o céu. A curiosidade despertou-me a atenção. Saí do carro e olhei também. (…) Dessas centenas de bocas ouvi brados de fé à Santíssima Virgem. E então acreditei.» (Mário Godinho, Engenheiro)
Um número considerável de outros casos de curas e conversões estão documentados, de entre outras fontes, nos seguintes livros: Documentação Crítica de Fátima e Era uma Senhora mais brilhante que o sol. Àqueles que pudessem dizer que o milagre era fruto de uma “histeria colectiva” provocada in loco, o próprio Deus arranjou uma pronta refutação: o fenómeno pôde ser admirado muito para além de Fátima. Testemunhas perfeitamente credíveis, que estiveram muito longe da Cova da Iria, contaram terem visto o espectáculo sem precedentes do “Baile do Sol”, exactamente como o viram os 70.000 peregrinos reunidos em redor da azinheira onde a Santíssima Virgem apareceu.
Na pequena aldeia de Alburitel, que fica a cerca de 13 quilómetros de Fátima, todo o povo podia apreciar a visão do prodígio solar. O testemunho mais frequentemente citado é o do Padre Inácio Lourenço, por ser o mais pormenorizado. Mas aquilo que ele narra ter visto, todos os aldeãos, interrogados pelos investigadores, confirmaram terem visto exactamente do mesmo modo. As testemunhas do acontecimento foram com efeito inúmeras, os depoimentos concordantes, e fomos inundados com os documentos que nos forneceram.
Em primeiro lugar, numerosos relatos apareceram de imediato na imprensa portuguesa. E é digno de nota que os primeiros que vieram dar o seu testemunho foram os jornalistas anticlericais. Os três artigos do Senhor Avelino de Almeida - o de 13 de Outubro, imediatamente antes do acontecimento; outro com data de 15 de Outubro, mas editado em Vila Nova de Ourém na tarde desse dia 13, e um terceiro artigo de 29 de Outubro - merecem menção especial. Apesar do tom zombeteiro e da ironia voltairiana que em parte inspiraram o primeiro artigo, apesar do tom anticlerical - que já era de esperar - que ainda aparece no artigo do dia 15, estes textos de um jornalista talentoso que é, aliás, honesto e consciencioso, são documentos históricos de importância capital. Mas não foi ele a única pessoa a relatar estes factos, porque outros jornalistas estiveram presentes na Cova da Iria. Depois, houve as investigações oficiais. Em Novembro de 1917, a pedido do Sr. Bispo D. João Evangelista de Lima Vidal, que estava nessa altura à frente da diocese de Lisboa, o pároco de Fátima conduziu a sua investigação e interrogou várias testemunhas da freguesia. Desafortunadamente, transcreveu apenas quatro depoimentos! Mas afortunadamente as pesquisas dos historiadores compensaram a negligência dos investigadores oficiais. O relato do Padre Formigão, que obteve do Sr. Dr. José Maria de Almeida Garrett, professor da Faculdade de Ciências de Coimbra, um depoimento muito extensivo, é o relato mais científico que temos em nossa posse. Temos ainda os relatos do Padre Fonseca (cuja obra foi feita para verificar os pontos discutidos pelo Padre Dhanis que, apesar disso, se recusou a examinar as evidências), o Padre de Marchi, o Cónego Barthas, o Padre Dias Coelho e o Padre Richard.
Em 1977, para comemorar o sexagésimo aniversário da última aparição, ainda foi possível reunir em Fátima mais de trinta pessoas que tinham estado presentes aquando do prodígio solar e que podiam relatar as suas memórias. Graças àqueles numerosos testemunhos, é possível reconstruir um comentário fluente e preciso, permitindo-nos reviver, hora a hora e minuto a minuto, este dia decisivo, indubitavelmente um dos dias mais importantes na História do Mundo. Com efeito, as provas do Milagre do Sol de 13 de Outubro de 1917 foram tão convincentes que até Hollywood, em 1952, quis corroborar a sua autenticidade produzindo um filme clássico (com o actor Gilbert Roland) intitulado “The Miracle of Our Lady of Fatima”, que ainda hoje se vende em formato vídeo.
Porque foi tão importante este dia? Porque foi o dia em que uma Mensagem do Céu, da Mãe de Deus e por Ela trazida, foi autenticada para além de toda e qualquer dúvida razoável; uma mensagem que, passados hoje mais de 85* anos, se situa no coração da grave situação que a Igreja e o Mundo atravessam neste preciso momento da História humana - para nos oferecer uma solução."
Livro Derradeiro Combate do Demônio - Padre Paul Kramer
*Hoje já se completam 98 anos
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