Qui operantur in me non peccabunt — “Os que trabalham por mim não pecarão” (Ecclus. 24, 30)
Sumário. Se é verdade que todas as graças passam pelas mãos de
Maria, também será certo que só por meio de Maria poderemos esperar e
conseguir a graça suprema da perseverança final. Se nos quisermos
salvar, sejamos devotos desta querida Mãe; recorramos a ela em todas as
nossas necessidades; e quando os demônios nos vierem tentar, como os
pintainhos ao ver no ar o milhafre, vamo-nos meter debaixo do seu manto.
Mas ai de nós, se resfriarmos nesta devoção! Porquanto, assim como é
impossível que se condene um verdadeiro devoto da Virgem, assim é
igualmente impossível que se salve o que não for protegido por ela.
I. A perseverança é um dom todo gratuito de Deus, que nós não podemos merecer. Todavia, como ensinam Santo Agostinho e outros, podemos obtê-la pela oração, e pela oração quotidiana, porque ela não é dada toda de uma vez, mas dia a dia. Ora, se é verdade que todas as graças que Deus nos concede passam pelas mãos de Maria, segundo a palavra de São Bernardo: Totum nos habere voluit per Mariam — “Deus quis que tivéssemos tudo por meio de Maria”; também será certo que só por meio de Maria poderemos esperar e conseguir a graça suprema da perseverança.
Certamente a conseguiremos, se com confiança a pedirmos sempre a Maria, mas especialmente no tempo das tentações. Ela mesma, como lhe faz dizer a santa Igreja, promete-a a todos os que fielmente a servem: Os que obram por mim, não pecarão. E em outro lugar: Mea est fortitudo, per me reges regnant (1) — “Minha é a fortaleza, por mim reinam os reis”. Minha é a fortaleza, diz Maria; Deus depositou na minha mão este dom, tão indispensável para vencer os inimigos espirituais, para que eu o conceda aos meus devotos. É por minha mediação que os meus servos reinam e dominam sobre todos os seus sentidos e paixões, e assim se fazem dignos de reinarem eternamente no céu.
Ao contrário, pobres das almas que deixam de ser devotas de Maria e de se recomendar a ela em todas as ocasiões. Diz Santo Anselmo, que assim como aquele que se recomenda a Maria e por ela é olhado com amor, não se pode perder, tampouco é possível que se salve o que não é devoto de Maria e por ela protegido. — São Francisco de Borja perguntou certa vez a uns noviços, de que Santo eram mais devotos, e achando que alguns não tinham devoção especial a Maria, avisou ao Mestre dos noviços que olhasse com mais atenção para aqueles desgraçados; e sucedeu que todos perderam miseravelmente a vocação, e quiçá com esta também a alma.
I. A perseverança é um dom todo gratuito de Deus, que nós não podemos merecer. Todavia, como ensinam Santo Agostinho e outros, podemos obtê-la pela oração, e pela oração quotidiana, porque ela não é dada toda de uma vez, mas dia a dia. Ora, se é verdade que todas as graças que Deus nos concede passam pelas mãos de Maria, segundo a palavra de São Bernardo: Totum nos habere voluit per Mariam — “Deus quis que tivéssemos tudo por meio de Maria”; também será certo que só por meio de Maria poderemos esperar e conseguir a graça suprema da perseverança.
Certamente a conseguiremos, se com confiança a pedirmos sempre a Maria, mas especialmente no tempo das tentações. Ela mesma, como lhe faz dizer a santa Igreja, promete-a a todos os que fielmente a servem: Os que obram por mim, não pecarão. E em outro lugar: Mea est fortitudo, per me reges regnant (1) — “Minha é a fortaleza, por mim reinam os reis”. Minha é a fortaleza, diz Maria; Deus depositou na minha mão este dom, tão indispensável para vencer os inimigos espirituais, para que eu o conceda aos meus devotos. É por minha mediação que os meus servos reinam e dominam sobre todos os seus sentidos e paixões, e assim se fazem dignos de reinarem eternamente no céu.
Ao contrário, pobres das almas que deixam de ser devotas de Maria e de se recomendar a ela em todas as ocasiões. Diz Santo Anselmo, que assim como aquele que se recomenda a Maria e por ela é olhado com amor, não se pode perder, tampouco é possível que se salve o que não é devoto de Maria e por ela protegido. — São Francisco de Borja perguntou certa vez a uns noviços, de que Santo eram mais devotos, e achando que alguns não tinham devoção especial a Maria, avisou ao Mestre dos noviços que olhasse com mais atenção para aqueles desgraçados; e sucedeu que todos perderam miseravelmente a vocação, e quiçá com esta também a alma.
II. É com razão que São Filipe Neri dizia sempre a seus confessados:
“Meus filhos, se desejais a perseverança, sede devotos da Virgem Maria”.
Quem dera todos os homens amassem esta begníssima e amantíssima Senhora
e a ela recorressem sempre e imediatamente no momento da tentação! Quem jamais havia de cair? Cai e perde-se quem não recorre a Maria.
Assim como os pintainhos, vendo no ar o milhafre, correm logo a
recolher-se debaixo das asas da mãe; também nós, diz Santo Tomás de
Villanova, quando os demônios nos vierem tentar, devemos logo, sem
discorrer sobre as tentações, meter-nos debaixo do manto de Maria e
dizer com confiança: Sub tuum praesidium confugimus — “Refugiamo-nos sob a vossa proteção”.
Ó Deus Eterno, graças Vos dou porque me esperastes quando estava em
pecado, me perdoastes tantas vezes e me preservastes de tantas faltas,
nas quais teria caído sem o socorro da vossa graça e a proteção da minha
Mãe, Maria. Ai! Meus inimigos não cessarão de me tentar até à morte; se
não me sustentais, Vos ofenderei ainda mais do que d’antes. — Pelo amor
de Jesus Cristo e da Virgem Maria, dai-me a santa perseverança.
Peço-Vos, pelos merecimentos do vosso Filho amadíssimo e pela
intercessão de Maria, a graça de não me separar mais de Vós. Certo
estou, ó meu Deus, de que, se contínuo a pedir-Vos a perseverança e a
recomendar-me à Rainha do céu, obtê-la-ei, pois prometestes ouvir àquele
que Vô-la pede. A graça, pois, que Vos peço, em nome de Jesus e Maria, é
não deixar a oração. Fazei que, nas tentações, jamais deixe de recorrer
a Vós, invocando os santos nomes de Jesus e Maria. Por este meio, ó meu
Deus, tenho a firme esperança de morrer na vossa graça e ir amar-Vos no
paraíso, onde viverei seguro de não me separar mais de Vós e de Vos
amar por séculos eternos. — Ó Maria, Mãe da perseverança, rogai por mim.
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1. Prov. 8, 15.
(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do
Ano: Tomo Terceiro: desde a duodécima semana depois de Pentecostes até
ao fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 56-58.)
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