Dogmas Marianos

Dogmas Marianos, são as Verdades sobre a Virgem Maria nas quais é preciso acreditar para ser católico. 

1. Imaculada Conceição. O Dogma da Imaculada Conceição estabelece que Maria fosse concebida sem mancha de pecado original. Foi definido pela Bula "Ineffabilis Deus", de 8 de Dezembro de l854.
2. Maternidade Divina. O dogma da Maternidade Divina se refere a que a Virgem Maria é verdadeira Mãe de Deus. Foi solenemente definido pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.).
3. Assunção. O dogma da Assunção se refere a que a Mãe de Deus, ao cabo de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória celestial, pelos anjos de Deus. Foi definido pela Bula "Munificentissimus Deus", de 1º de Novembro de 1950.
4. Virgindade Perpétua. O Dogma da Perpétua Virgindade se refere a que Maria foi Virgem antes, durante e perpetuamente depois do parto. Definido no Concílio Romano do ano 649. O Papa Paulo IV o reconfirmou no Cum quorundam de 7 de Agosto de 1555, no Concílio de Trento. 



1. A IMACULADA CONCEIÇÃO


Imaculada Conceição
by Domenico Piola
O Papa Pio IX, na Bula "Ineffabilis Deus", de 8 de Dezembro de l854 definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria:

"Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis" (Dz. 1641).

a. Maria desde o primeiro instante que é constituída como pessoa no seio de sua mãe, o é sem mancha alguma de pecado (=pecado original).

b. Como foi concebida sem pecado:

1. Ausência de toda mancha de pecado.
2. Lema da graça Santificante.
3. Ausência da inclinação o mal.

c. Este privilégio e dom gratuito foi concedido apenas à Virgem e a ninguém mais, em atenção àquela que havia sido predestinada para ser a Mãe de Deus.

d. Em previsão dos méritos de Cristo porque a Maria a Redenção foi aplicada antes da morte do Senhor.


Provas das Escrituras:

"Estabeleço hostilidade..." (Gn 3,15).
"Deus te salve, cheia de graça." (Lc 1,28).
"Bendita tu entre as mulheres..." (Lc 1,42).

Em 1858, Santa Bernadete Soubirous afirmou ter visto uma aparição que se autodenominou a "Imaculada Conceição" na localidade de Lourdes, diocese de Tarbes na França. O caso foi submetido às autoridades civis locais e eclesiásticas, após o que o bispo de Tarbes deu por confirmadas as aparições como sendo da Virgem Maria. 



2. MATERNIDADE DIVINA


O Concilio de Éfeso (431), sob o Papa São Celestino I (422-432), definiu solenemente que:

"Se alguém afirmar que o Emanuel (Cristo) não é verdadeiramente Deus, e que portanto, a Santíssima Virgem não é Mãe de Deus, porque deu à luz segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja excomungado." (Dz. 113).

Muitos Concílios repetiram e confirmaram esta doutrina:

Concílio de Calcedônia (Dz. 148).
Concílio de Constantinopla II (Dz. 218, 256).
Concílio de Constantinopla III (Dz. 290).

Maria gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido, não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.

Provas das Escrituras:

"Eis que uma Virgem conceberá..." (Is 7,14).
"Eis que conceberás..." (Lc 1,31).
"O que nascerá de Ti será..." (Lc 1,35).
"Enviou Deus a seu Filho nascido..." (Gl 4,4).
"Cristo, que é Deus..." (Rm 9, 5).



3. ASSUNÇÃO


Assumption
by Peter Paul Rubens
O Papa Pio XII, na Bula "Munificentissimus Deus", de 1º de Novembro de 1950, proclamou solenemente o dogma da assunção de Maria ao céu:

"Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrena, foi assumpta em corpo e alma à gloria celeste" (Dz. 2333).

A Virgem Maria foi assumpta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela descomposição.

O essencial do dogma é que a Virgem foi levada ao céu em corpo e alma, com todas as qualidades e dotes próprios da alma dos bem-aventurados e igualmente com todas as qualidades próprias dos corpos gloriosos.

Se entende melhor tudo ao recordar:

1. Maria foi isenta de pecado original e atual.
2. Teve a plenitude da graça.

Fundamentos deste dogma: Desde os primeiros séculos foi um sentir unânime da fé do povo do Deus, dos cristãos. Os Santos Padres e Doutores manifestaram sua fé nesta verdade:

São João Damascemo (séc. VII): "Convinha que aquela que no parto havia conservado a íntegra de sua virgindade, conservasse sem nenhuma corrupção seu Corpo, depois da morte."

São Germano de Constantinopla (séc. VII): "Assim como um filho busca estar com a própria Mãe, e a Mãe anseia viver com o filho, assim foi justo também que Tu, que amavas com um coração materno a Teu Filho, Deus, voltasses a Ele."

Portanto, o fundamento deste dogma se depreende e é consequência dos anteriores.



4. VIRGINDADE PERPÉTUA


Meditation of the Holy Virgin
Sarah Paxton Ball Dodson - (1889)
Os lírios simbolizam a pureza e a castidade
Este dogma mariano é o mais antigo da Igreja Católica e Oriental Ortodoxa, que afirma a "real e perpétua virgindade mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem". Assim Maria foi sempre Virgem pelo resto de sua vida, sendo o nascimento de Jesus como seu filho biológico, uma concepção milagrosa.

Em sentido próprio é a integridade física dos órgãos reprodutivos. Muitas vezes a virgindade de Maria foi atacada pelos hereges. É verdade da fé católica que Nossa Senhora ficou perfeitamente sempre virgem, antes do parto, no parto e depois do parto.

No Símbolo apostólico se diz: "Nascido de Maria Virgem"; nas antigas liturgias é freqüente o titulo de Maria sempre virgem. No Concílio Romano do ano 649 se definiu Maria Imaculada, sempre virgem, que concebeu sem concurso de homem e ficou também intacta depois do parto.

Na Sagrada Escritura temos a famoso trecho de Isaías 7, 14: "Eis que uma virgem conceberá e dará a luz a um filho e o chamará Deus conosco". O texto é certamente messiânico e portanto a Virgem é Maria. No Evangelho cita-se esta profecia (Mt. 1, 18-23) e se conta com exatas palavras o nascimento virginal de Jesus, por obra do Espirito Santo. Os Padres da Igreja, no trecho de Ez. 44,2 veja a virgindade de Maria depois do parto: "este pórtico ficará fechado. Não se abrirá e ninguém entrara por ele, porque por ele entrara Iahweh, o Deus de Israel, pelo que permanecera fechado".
Toda a Tradição é concorde em defender a virgindade perpetua de Maria: Santo Agostinho afirma: "A Virgem concebeu, a Virgem ficou gravida, a Virgem deu a luz, a Virgem é virgem perpetua". A razão teológica deste dogma é clara e tão simples, ela esta na divindade do Verbo e na maternidade de Maria, ao qual repugnou toda a corrupção.

O Papa Paulo IV o reconfirmou no Cum quorundam de 7 de Agosto de 1555, no Concílio de Trento:

"Como quiera que la perversidad e iniquidad de ciertos hombres ha llegado a punto tal en nuestros tiempos que de entre aquellos que se desvían y desertan de la fe católica, muchísimos se atreven no sólo a profesar diversas herejías, sino también a negar los fundamentos de la misma fe y con su ejemplo arrastran a muchos a la perdición de sus almas; Nos —deseando, conforme a nuestro pastoral deber y caridad, apartar a tales hombres, en cuanto con la ayuda de Dios podemos, de tan grave y pestilencial error, y advertir a los demás con paternal severidad que no resbalen hacia tal impiedad—, a todos y cada uno de los que hasta ahora han afirmado, dogmatizado o creído que Dios omnipotente no es trino en personas y de no compuesta ni dividida absolutamente unidad de sustancia, y uno por una sola sencilla esencia de su divinidad; o que nuestro Señor no es Dios verdadero de la misma sustancia en todo que el Padre y el Espíritu Santo; o que el mismo no fue concebido según la carne en el vientre de la beatísima y siempre Virgen María por obra del Espíritu Santo, sino, como los demás hombres, del semen de José; o que el mismo Señor y Dios nuestro Jesucristo no sufrió la muerte acerbísima de la cruz, para redimirnos de los pecados y de la muerte eterna, y reconciliarnos con el Padre para la vida eterna; o que la misma beatísima Virgen María no es verdadera madre de Dios ni permaneció siempre en la integridad de la virginidad, a saber, antes del parto, en el parto y perpetuamente después del parto; de parte de Dios omnipotente, Padre, Hijo y Espíritu Santo, con autoridad apostólica requerimos y avisamos..." (Cf. em "MAGISTERIO DE LA IGLESIA", baixe aqui o  DOC).




A Igreja Católica detém muitos outros ensinamentos sobre a Virgem Maria, dos quais muitos são tão relevantes como os ensinamentos acima definidos. Outros são antigos ensinamentos, cultos e celebrações, que sob a orientação infalível do Espírito Santo, são uma parte integrante do depósito de fé transmitida pela Igreja.


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