Dulcíssimo é, pois, na vida, aos devotos de Maria, seu nome
santíssimo, porque lhes alcança, como já vimos, graças extraordinárias. Muito
mais doce, porém, ser- lhes-á na última hora, proporcionando-lhes uma suave e
santa morte.
Sertório Caputo, padre jesuíta, exorta a todos aqueles que
assistem qualquer moribundo, que lhe digam freqüentemente o nome de Maria. Diz
que este nome de vida e de esperança,
proferido na hora da morte, basta para afugentar os inimigos e confortar os
moribundos em todas as suas angústias.
Esta breve oração, Jesus e Maria, diz Tomás de Kempis, é
fácil de conservar na memória, doce para meditar e forte para defender os que
lhe são fiéis contra os inimigos da salvação.Bem-aventurado aquele, exclama S. Boaventura*, que ama teu doce nome, ó
Mãe de Deus! É ele tão glorioso e admirável, que quem se lembra de o invocar em
artigo de morte, não teme os assaltos dos inimigos.
Oh! que felicidade morrer como Frei Fulgêncio d’Ascoli,
padre capuchinho, o qual expirou cantando: Ó
Maria, ó Maria, a mais bela das criaturas, quero ir em vossa companhia!
Ou também como morreu o Beato Henrique, cisterciense, do qual se conta, nos
Anais da Ordem, que finalizou a vida articulando o nome de Maria.
Roguemos, pois, meu amado e devoto leitor, roguemos a Deus,
que nos conceda a graça de ser o nome de Maria a última palavra que a nossa
língua pronuncie. Roguemos a Deus que no-la conceda, como lha pedia um S.
Germano, dizendo: Ó doce e segura morte,
a que é acom-panhada e protegida com este nome de salvação, o qual Deus só
concede proferir àqueles a quem quer salvar!
Ó minha doce Mãe e Senhora, eu vos amo, e porque vos amo,
amo também o vosso nome. Proponho e espero com o vosso socorro invocá-lo sempre
na vida e na morte. Concluo, pois, com a terna oração de S. Boaventura: Para glória do vosso nome, ó bendita
Senhora, quando minha alma sair deste mundo, vinde-lhe ao encontro e tomai-a em
vossos braços. Dignai-vos de vir consolá-la com a vossa doce presença; sede o
seu caminho para o céu, alcançai-lhe a graça do perdão e o eterno descanso. Ó
Maria, advogada nossa, a vós pertence defender os vossos devotos, e tomar à
vossa conta a sua causa diante do tribunal de Jesus Cristo.
Exemplo
S. Camilo de Lélis deixou recomendado aos seus religiosos
que lembrassem aos moribundos invocar muitas vezes o nome de Jesus e de Maria.
Êle mesmo o praticava sempre com os outros. E ainda mais docemente o praticou
consigo mesmo na hora da morte. Lê-se na sua biografia que então pronunciava
com tanta ternura os amados nomes de Jesus e Maria, que inflamava de amor os
que o ouviam. Com os olhos fitos nas santas imagens de Jesus e Maria, e com os
braços em cruz sobre o peito, expirou finalmente com suavidade e paz celestial.
Foram-lhe as últimas palavras os dulcíssimos nomes de Jesus e Maria.
Oração
Grande Mãe de Deus e minha Mãe, ó Maria, é verdade que eu não sou digno
de proferir o vosso nome; mas vós, que me tendes amor e desejais minha
salvação, concedei-me, apesar de minha indignidade, a graça de invocar sempre
em meu socorro vosso amantíssimo e poderosíssimo nome. Pois é ele o auxílio de quem
vive e salvação de quem morre. Ah!puríssima e dulcissima Virgem Maria, fazei
que seja vosso nome de hoje em diante o alento de minha vida. Senhora, não
tardeis a socorrer-me quando vos invocar. Pois, em todas as tentações que me
assaltarem, em todas as necessidades que me ocorrerem, não quero deixar de chamar-vos
em meu socorro, repetindo sempre: Maria, Maria! Assim espero fazer durante a
vida, assim espero fazer particularmente na hora da morte, para ir depois
louvar eternamente no céu vosso querido nome, ó clemente, ó piedosa, ó doce
Virgem Maria.
Ó Maria amabilíssima, que conforto, que suavidade, que confiança, que
ternura experimenta a alma só com nomear-vos, só com o pensar em vós! Dou
graças ao meu Deus e Senhor, porque vos deu, para meu bem e minha utilidade,
esse nome tão doce, tão amável e tão poderoso.
Mas, Senhora, não me contento só com proferir vosso nome. Quero proferi-lo
com amor; quero que o vosso amor me leve a invocar-vos a todo instante, para que
eu possa exclamar com S. Anselmo: O nome da Mãe de Deus, tu és o meu amor.
Ó minha querida Maria, ó meu amado Jesus, fazei que vivam sempre em meu
coração, e no de todos, os vossos dulcíssimos nomes. Todos os mais se apaguem
de minha memória, para que ela só se recorde e só invoque vossos nomes
venerandos. O Jesus, meu Redentor, ó Maria, minha Mãe, quando chegar meu último
momento, quando minha alma tiver de sair desta vida, ah! concedei-me, pelos
vossos merecimentos, esta graça tão grande: que minhas últimas palavras sejam:
Eu vos amo, Jesus e Maria! Jesus e Maria, eu vos dou meu coração e minha alma!
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